Deu anteontem n’O Globo (P. 5) este anúncio assinado, ora veja, por Facebook, Abraji, Projor, ITS e Mackenzie:
Nós, aqui neste OCI, preferimos a livre tradução literal para ‘fake news’: ‘falsas notícias’. Como são muito mais mentiras que notícias, é natural que a palavras ‘falsas’ apareça logo de cara para denotar que notícias não são.
Ficamos surpresos com essas ‘dicas’:
- Desconfie das manchetes. Ora, sendo a manchete a única ‘criação’ que se permite ao jornalista, recomendar que dela se duvide pode acabar com a leitura do jornal já na capa.
- Verifique atentamente o link. A recomendação não é inteligível ao brasileiro médio (que não seja um ‘nerd’).
- Investigue a fonte. Como se pode pedir ao leitor que só confie em alguém ‘confiável’?
- Observe se a formatação é incomum. Como? Seriam erros ortográficos? Design duvidoso? Como o leitor vai diferenciar isto dos erros e mau gosto que a imprensa profissional lhe oferece todos os dias? E não são os próprios jornais que têm disfarçado ‘Informes Publicitários’ com outras denominações?
- Atenção com as imagens. Como? Desconfiando do uso de Photoshop? Talvez não sobre nada para ler. Gastar mais tempo checando fontes do que lendo? Checar não é função do leitor, mas – sim – do jornalista. Ou do editor.
- Confira as datas. Como, se a própria mídia ‘requenta’ matérias?
- Cheque as evidências. Está escrito ‘Verifique os elementos que sustentam a notícia’. Como o leitor brasileiro médio faria isto?
- Procure outras reportagens. Retrabalho? Perder duas vezes o mesmo tempo? Não devo acreditar mais na ideia de ‘furo de reportagem’, então, porque um assunto não saiu em outros jornais.
- A história é uma brincadeira? De novo, como o leitor brasileiro médio vai checar se algo é sério ou não?
- Algumas histórias são intencionalmente falsas. Ah… Não diga!