Matéria publicada na edição de 27/07/2013 do jornal O Globo.
Autoria: Angelo Segrillo (professor de História Contemporânea da Universidade de São Paulo).
Uma das causas mais graves da corrosão de nosso sistema universitário público é a corrupção – o segredo de polichinelo apontado pelo colega Angelo Segrillo – dos concursos públicos docentes.
Endogenia, compadrio, picuinha, ação entre amigos, máfia – escolha o termo que mais lhe apraz e, certamente, servirá como uma luva para tratar do concurso de amanhã, na Federal, e do de ontem, na Estadual.
E este estado de coisas diminui o mérito também de quem não foi “vítima” das mazelas. Você entrou para uma universidade pública? – Aí tem…
E quando você, porventura, organiza um concurso e traz a maioria dos examinadores de fora do circuito dos “amigos”, ganha a alcunha de “Caxias”… – Cuidado com este cara!
E quem – qualquer um – passou, será logo assediado por alguém “de dentro”, e ouvir coisas do tipo: – você merecia passar, mas eu tive que despachar aquele “maluco” que te antecedeu na prova de aula… ou – se não fosse eu tirar do caminho a protegida do chefe do departamento… ou, ainda… – gostei de você; não nos conhecíamos antes, mas ‘dei uma força’ na hora do desempate, e agora você é um dos “meus”.
Endosso integralmente as sugestões dadas pelo colega da USP. Os concursos públicos têm que ser completamente independentes da instituição contratante, sob pena de, com tratantes, as IES – instituições de ensino superior – simplesmente ruírem, até desaparecer.