Porque seu plano de comunicação precisa ser específico, envolvente, estratégico e executável? Por Isabela Pimentel.

Foi-se o tempo em que planejar a comunicação era preencher um papel com objetivos, metas, estratégias, indicadores, prazos, plano de ação etc. Com a redução da distância entre produtores e consumidores de conteúdos, as marcas precisam ir além e se reinventar na forma de se dirigir não apenas a seus stakeholders principais, mas também mapear novos segmentos, os chamados nichos.

Muitas vezes, ao solicitar a criação de uma campanha, a empresa esquece que toda ação, plano, programa ou projeto de comunicação precisa estar bem alinhada ao objetivo e planejamento estratégico da empresa. Afinal, de que vale fazer uma linda campanha de sustentabilidade se esse item não se faz presente na missão da empresa?

Comunicar é mais que um processo de rodar um plano integrado, é influenciar percepções e as imagens que os públicos têm das organizações. Por isso, antes de começar a planejar, reflita sobre os seguintes pontos:

1) Qual o microambiente? E o macro? Como minha empresa está diante da concorrência?
2) A que política de comunicação esse plano está associado?
3) De onde partiu a demanda?
4) Quais são os reais objetivos da empresa com esse plano?
5) Quais são as metas?
6) Com que públicos devo me comunicar? Apenas os stakeholders tradicionais ou influenciadores digitais?
7) Em que canais esse público está?
8) Que linguagem ele usa para se comunicar com minha marca?
9) Que táticas e estratégias serão usadas?
10) Que indicadores podem me ajudar?
11) Como vou traduzir esse plano em ações? Criando um projeto ou programa?
12) Em que meios vou trabalhar? Como usar as redes sociais?
13) Quais são os recursos necessários para tirar esse plano do papel?
14) Qual é o orçamento previsto?
15) Quem são os responsáveis?
16) Quais são os prazos?

Plano criado, então o trabalho terminou? Não. Para dar certo, o plano precisa ser algo vivo e que se adapte a novos contextos. Para avaliar o plano, considero o que chamei de 4E: ele é específico para a realidade da sua empresa e seus públicos? Ele é estratégico? A linguagem é envolvente? Ele é realmente executável?

Após essa validação, vamos pensar em como essa campanha pode entrar na rotina da empresa. Na hora do plano de ação, precisamos prever conteúdos específicos para cada canal, sem esquecer das redes sociais. Digo isso porque muitas vezes as empresas fazem campanhas e ações de relacionamento com a imprensa, mas esquecem de que existem outros públicos importantes, como os parceiros e, principalmente, os funcionários.

Comunicar sem uma mensagem-chave um tema sensível, por exemplo, pode gerar uma crise provocada pela dissonância cognitiva.

Como têm sido criados os planos de comunicação da sua empresa? Sob uma visão estratégica ou por uma falsa pressão produtivista de ser ‘tudo-em-cada-coisa-e-estar-em-todas-as-redes-e-canais’, falando tudo com qualquer público?

Vamos planejar de forma específica, estratégica, envolvente e realmente executável? Fica aqui o convite!