Leniência, sim... Impunidade, também.

AG

E o tão aguardado acordo de leniência da Andrade Gutierrez foi homologado pelo juiz Sérgio Moro. Seis meses depois e cronometrado com a quase extinção da validade do decreto presidencial que dá forma ao instituto – que terá que ser votado às pressas, antes do próximo dia 29.

O ‘mea culpa’ está bem redigido (e foi publicado – entre outros – no jornal O Globo de ontem, à página 5). Ninguém duvida da capacidade da empresa em contratar os melhores redatores disponíveis… porém… sempre há um porém… o tal decreto recebeu emendas do deputado federal Paulo Teixeira (PT/SP) que, simplesmente, desfiguram o instituto enfraquecendo seu teor ao ponto de não ser mais interessante ao Estado fechar acordos com empresas envolvidas em práticas ilegais.

A adoção de procedimentos de ‘compliance’ (como mencionada), assim como adotados pela Petrobras (depois da casa arrombada) soam como grego ao cidadão comum. Compliance? Em nossa opinião, mais do que informes publicitários bem escritos e comportados, o Brasil precisa é da diminuição da impunidade – já que sua supressão parece algo com que a raça humana ainda não pode se comprometer.

Sobre Marcondes Neto

Bacharel em Relações Públicas pelo IPCS/UERJ. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, sob a orientação de Margarida Kunsch. Professor e pesquisador da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ. Editor do website rrpp.com.br. Secretário-geral do Conrerp / 1a. Região (2010-2012).